Pesquisadores brasileiros criam molécula capaz de amenizar insuficiência cardíaca
Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), em colaboração com a Foresee Pharmaceuticals, uma empresa com sede em Taiwan e nos Estados Unidos, desenvolveram uma molécula sintética que demonstrou a capacidade de melhorar a condição de insuficiência cardíaca. Os resultados desse estudo, financiado pela Fapesp, foram recentemente publicados no European Heart Journal.
A insuficiência cardíaca, caracterizada por problemas no bombeamento do sangue pelo coração, é uma das principais causas de morte globalmente. Este estudo translacional da USP buscou evidenciar a eficácia da molécula denominada AD-9308 em restaurar a atividade da proteína aldeído desidrogenase 2 (ALDH2), localizada na mitocôndria e desempenhando um papel central no desenvolvimento da insuficiência cardíaca.
O estudo, conduzido ao longo de mais de uma década, avançou da pesquisa de laboratório para a aplicação clínica. Julio Cesar Batista Ferreira, coordenador da pesquisa e professor do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB-USP), destaca o objetivo de detalhar um novo mecanismo relacionado à progressão da insuficiência cardíaca.
Inicialmente denominado Alda-1, o composto protótipo demonstrou aumentar em 40% o volume de sangue bombeado em camundongos com insuficiência cardíaca. Modificações estruturais resultaram na versão aprimorada, AD-9308, que ativa a enzima ALDH2 três vezes mais eficientemente do que a molécula original.
A empresa parceira concluiu testes clínicos de segurança para a AD-9308, mostrando boa tolerância em indivíduos saudáveis. O próximo passo pode envolver a submissão de um pedido à FDA para testes em humanos com insuficiência cardíaca, visando identificar a indicação específica da AD-9308 em termos de tipos e estágios da doença.
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