Entenda os riscos da busca pelo pescoço de boneca, conhecido como Botox da Barbie
O filme da Barbie desencadeou um aumento no uso da cor rosa, na demanda por itens associados à famosa boneca e, apesar de críticas internas, também serviu como um lembrete de que as sociedades ocidentais continuam longe de eliminar as pressões sobre as mulheres em relação aos padrões estéticos. Isso é evidenciado, por exemplo, pela tendência apelidada de “Botox da Barbie”. Essa tendência, popularizada no TikTok, envolve a aplicação de toxina botulínica nos músculos do trapézio para criar uma aparência mais fina, semelhante à da boneca.
No Brasil, a humorista e influenciadora digital Gkay é uma das adeptas desse procedimento. Ela compartilhou sua experiência com seus seguidores, explicando que o tamanho do seu trapézio a incomodava e que o botox poderia reduzi-lo. Médicos apontam que a aplicação de botox nessa região não é uma prática nova, mas o propósito estético específico é o que chama a atenção e gera controvérsia.
Prática antiga, propósito novo
A cirurgiã-dermatologista Ada Trindade afirma que a aplicação de botox no trapézio é normalmente indicada para casos de hipercontratura devido a estresse ou má postura. A dose varia de 20 a 50 unidades em cada lado para melhorar a tensão muscular local.
No entanto, Ada desaconselha essa aplicação por motivos estéticos. Ela acredita que o “Botox da Barbie” é um nome usado pela mídia para promover procedimentos que, na maioria das vezes, não são necessários e podem até ser prejudiciais. Ela destaca a importância de buscar orientação médica antes de se submeter a tratamentos estéticos e considerar os prós e contras. Vale ressaltar que essa técnica pode ter reações adversas, como dificuldades para realizar determinados movimentos ou exercícios. Além disso, pessoas com músculos já atrofiados não devem realizar o procedimento.
Não existe padrão de beleza único
O filme “Barbie”, dirigido por Greta Gerwig, trouxe à tona a diversidade de papéis atribuídos à boneca, destacando que ela pode ser desde presidente até engenheira, mãe ou advogada, entre outros. No entanto, o filme também reconheceu o impacto negativo da Barbie ao perpetuar um padrão de beleza inatingível. Não se pode atribuir a culpa inteiramente à Barbie, já que fatores como os filtros de redes sociais também desempenham um papel significativo na percepção da autoimagem das mulheres, sejam elas jovens ou mais maduras.
A dermatologista Camila Cazerta, diretora médica da Allergan Aesthetics no Brasil, destaca a importância de promover debates sobre padrões de beleza diversificados e responsáveis. A empresa lançou a campanha “Assuma sua Imagem”, que promove a valorização da aparência e a realização de procedimentos estéticos de forma saudável e consciente.
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