83% dos brasileiros querem semana de trabalho de 4 dias, mas empresas ainda não estão preparadas
Uma pesquisa conduzida pela WeWork e pela Page Outsourcing, envolvendo 10 mil profissionais de cinco países da América Latina, incluindo o Brasil, revelou que 83% dos brasileiros desejariam adotar a semana de trabalho de quatro dias. A maioria, cerca de 76%, acredita que seria mais produtiva sob esse modelo.
No entanto, quando questionados sobre as preocupações em relação a uma semana de trabalho mais curta, um em cada cinco entrevistados expressou a opinião de que o país não está preparado para essa mudança. Preocupações como a distribuição da carga de trabalho ao longo da semana e a implementação do modelo por equipes que dependem do trabalho presencial também foram mencionadas.
Renata Rivetti, diretora de Reconnect | Happiness at Work, que colaborou com a pesquisa, observou: “As pessoas estão buscando trabalhos que sejam mais flexíveis, modelos híbridos, um novo formato para a gente trabalhar. Essa percepção é importante para que as lideranças também possam fazer mudanças nas suas atividades, na forma de agir e até na cultura da empresa.”
O tema da semana de trabalho mais curta ganhou destaque após a pandemia, com diversos experimentos em países como Reino Unido, Portugal e Estados Unidos. No Brasil, o teste conduzido pela organização 4 Day Week começou em agosto deste ano e a jornada mais curta deve ser implementada entre o fim de 2023 e o início de 2024.
Pela primeira vez, o levantamento também explorou a opinião dos profissionais sobre outra tendência crescente no mercado de trabalho: o uso de ferramentas de inteligência artificial. Essas ferramentas fazem parte do dia a dia de 41% dos entrevistados, com destaque para a Geração Z. Entre as principais aplicações estão a redação e revisão de textos, redação de e-mails, criação de conteúdos e geração de leads.
O estudo da WeWork e da Page Outsourcing aponta que a flexibilidade se tornou um valor crucial para os trabalhadores desde o fim da pandemia de Covid-19, destacando uma crescente “epidemia de insatisfação” entre os profissionais, que estão se tornando mais exigentes em relação às condições de trabalho.
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