Muito tempo de tela pode aumentar o risco de transtornos mentais nas crianças
Um novo estudo realizado pelo Yale School of Medicine’s Child Study Center, nos Estados Unidos, aponta que o uso de telas por crianças pode estar causando alterações nos seus cérebros em desenvolvimento à medida que entram na adolescência, o que, por sua vez, aumenta o risco de transtornos de humor. Crianças com idades entre 9 e 10 anos que passam mais tempo utilizando smartphones, tablets, videogames e assistindo TV demonstraram níveis mais elevados de depressão e ansiedade quando atingiram as idades de 11 e 12 anos. Além disso, o estudo encontrou correlações entre esses transtornos de humor e mudanças estruturais reais no cérebro em desenvolvimento das crianças.
Os pesquisadores conduziram essa investigação com base em dados de mais de 5.100 crianças que participaram do estudo de Desenvolvimento Cognitivo do Cérebro Adolescente (ABCD). Os dados abrangeram varreduras cerebrais, avaliações psicológicas e monitoramento do comportamento das crianças entre 9 e 10 anos de idade. Eles identificaram uma relação significativa entre o uso intensivo de telas e transtornos de humor, assim como comportamentos externalizantes, como agressão e disciplina. Além disso, foram observados padrões de estrutura cerebral em algumas dessas crianças semelhantes aos associados ao consumo de álcool por menores, de acordo com estudos anteriores.
As crianças foram acompanhadas à medida que envelheceram para verificar se os problemas de saúde mental persistiram e se estavam relacionados a outras mudanças cerebrais. Aos 11 e 12 anos, os resultados continuaram mostrando que as crianças que utilizavam telas intensivamente ainda apresentavam depressão e ansiedade, com alterações cerebrais que poderiam explicar alguns desses transtornos de humor. No entanto, o estudo não conseguiu estabelecer uma conexão direta entre as mesmas alterações cerebrais e problemas de comportamento, como agressão, bullying ou desafio.
O acompanhamento dessas crianças continuará nos próximos anos, e os pesquisadores aguardam relatórios futuros para fornecer insights adicionais sobre como o uso de telas afeta o cérebro em desenvolvimento.
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