Educação paralisada em Senador Canedo gera instabilidade na gestão
Professores da rede municipal de Senador Canedo decretaram greve geral nesta quinta-feira, 19. A decisão dos profissionais foi tomada após a Prefeitura Municipal adotar uma medida que converte horas-aula em hora-relógio proposta, o que resultou na suspensão das aulas desde o começo de outubro em 33 das 52 escolas da cidade.
Os manifestantes alegam que a medida tomada pela Prefeitura resulta no aumento da carga horária em mais cinco horas-aula. Por consequência acaba acarretando na redução dos salários dos professores.
Durante a paralisação, os profissionais da educação ainda reivindicam plano de carreira, fim do aumento da carga horária de trabalho, reajuste no salários dos servidores administrativos, pagamento do piso salarial, melhores alimentos para os alunos e transparência na gestão do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).
O movimento grevista acontece de forma independente, pois a Associação Municipal dos Servidores da Educação de Senador Canedo (ASMSESC), entidade sindical, está impedida judicialmente de encabeçar as manifestações. Caso descumpra, há a ameçada de aplicação de multa no valor de R$ 30 mil.
Situação precária
Um dos professores, em entrevista ao Diário do Estado, contou que no final de setembro a Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Turismo enviou uma circular aos educadores informando que eles não cumpririam o que determina o Estatuto (jornada de 20 horas-aula, sendo 30 horas trabalhadas) porque inclui também o período de planejamento de aula e avaliação dos alunos. O professor diz que a Prefeitura exigia que eles passassem a dar 25 aulas, com um aumento de 1/4 da carga de trabalho, passando de quatro dias para cinco, sem o aumento no salário.
O educador ainda ressaltou que o plano de carreira está extremamente defasado, sendo o último aprovado em 2010. Além dos professores, o servidores administrativos também estão com as atividades paralisadas. O professor conta ainda que eles cobram uma promessa de aumento de salário, de 15% neste ano e mais 15% em 2024, feita pelo prefeito Fernando Pellozo, além da inclusão deles no quadro da educação.
Essa última exigência, segundo conta ele, é tão séria que, se a Prefeitura determinar, uma servidora da limpeza pode ser deslocada da escola para trabalhar na saúde, para limpar um hospital. Para concluir, o educador ainda diz que a Secretaria de Educação de Senador Canedo interrompeu quaisquer negociações e “contratou uma empresa terceirizada que não tem experiência nenhuma em educação e que fez uma auditoria estritamente contábil”.
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