Excesso de bom humor pode ser um problema

É inerente à natureza humana experimentar variações de humor. Em um dia, podemos nos sentir alegres e de bom humor, enquanto em outro, podemos acordar tristes ou irritados. No entanto, quando essas oscilações se tornam acentuadas e persistentes, é necessário acender o sinal de alerta.



Picos de ânimo e energia seguidos por períodos de tédio e cansaço podem ser indícios de formas leves do transtorno bipolar. Muitas vezes, a doença passa despercebida por anos, pois é comum que tanto a família quanto a pessoa afetada justifiquem esses comportamentos (que, na verdade, são sintomas) como uma “personalidade forte” ou “preguiça”, levando a um diagnóstico e tratamento tardios.

A Dra. Naiayde Monte, psiquiatra especialista em Transtornos de Humor pela USP, explica que o transtorno bipolar nem sempre apresenta sinais óbvios e é uma condição cerebral caracterizada pela instabilidade do humor e dos níveis de energia e disposição. Ela ressalta que, quando se fala em distúrbios do humor, geralmente se pensa apenas na depressão, mas é importante reconhecer que pessoas que são consideradas multitarefas e workaholics podem, na verdade, estar excessivamente agitadas devido a uma ativação cerebral excessiva.

No entanto, assim como um motor que acelera demais pode superaquecer e falhar, após esse excesso de atividade, o cérebro entra em uma fase de desaceleração, levando o indivíduo à depressão. O problema é que, muitas vezes, a pessoa busca tratamento relatando sintomas de depressão, mas o período anterior de excesso de humor, energia e atividade também não era normal. É nesse momento que ocorre o diagnóstico equivocado: a pessoa é tratada apenas como tendo depressão, quando, na verdade, sofre de oscilações de humor para cima e para baixo.

A Dra. Naiayde enfatiza que existem diferentes graus de transtorno bipolar, e todos eles podem ser tratados quando diagnosticados corretamente. Ela destaca que o transtorno bipolar tem uma base genética, mas pode ser desencadeado por situações de estresse, mudanças na vida, experiências traumáticas, uso de drogas, antidepressivos, medicamentos, desequilíbrios hormonais e outros fatores.

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