Um estudo conduzido por pesquisadores da França, Irã e Estados Unidos revelou que a identificação de mutações genéticas na urina pode permitir a detecção precoce do câncer de bexiga anos antes dos sintomas aparecerem.

Embora ainda esteja em fase preliminar de desenvolvimento, o estudo conseguiu prever casos da doença com mais de 10 anos de antecedência em relação ao diagnóstico oficial.

Os cientistas simplificaram o teste, que originalmente identificava mutações em 60 genes, para um novo método focado em mutações em apenas 10 genes. Esse novo teste foi aplicado em amostras de urina de 50.000 participantes acompanhados ao longo de 10 anos no Irã. Dentre esses participantes, 29 desenvolveram câncer de bexiga durante o período de estudo, e suas amostras de urina foram testadas, juntamente com amostras de urina de 98 outros participantes que serviram como grupo de controle.

O teste foi capaz de prever com precisão o câncer de bexiga até 12 anos antes do diagnóstico clínico em 19 casos, o que representa 66% dos casos testados. Sua precisão aumentou quando a urina foi coletada mais próxima do diagnóstico, prevendo com acurácia o câncer de bexiga em 86% dos participantes cujas amostras foram obtidas até sete anos após o diagnóstico.

No grupo de controle, o teste obteve uma precisão de 96%, fornecendo resultados negativos para 94 dos 98 participantes que não desenvolveram câncer. Os pesquisadores também analisaram amostras de urina de 70 pacientes com câncer de bexiga coletadas no dia do diagnóstico, descobrindo mutações genéticas em 50, o que representa 71% desses casos.