Veja como alimentos ultraprocessados agravam casos de diabetes

O número de pessoas diagnosticadas com diabetes em todo o mundo é elevado e está projetado para aumentar. Em 2021, aproximadamente 529 milhões de indivíduos enfrentavam essa condição, e a expectativa é que o número de casos mais do que duplique em menos de 30 anos, alcançando a impressionante marca de 1,3 bilhão de pessoas, conforme relato da revista The Lancet. Esta condição está associada a um aumento no risco de desenvolvimento de doenças metabólicas, renais e cardiovasculares.

O perigo do consumo de alimentos e bebidas ultraprocessados
Um estudo recente destacou que entre os idosos com diabetes tipo 2, aqueles que consumiam uma maior quantidade de alimentos e bebidas ultraprocessados apresentavam uma probabilidade significativamente maior de mortalidade por diversas causas ou por doenças cardiovasculares ao longo de uma década.

Os alimentos ultraprocessados são produtos prontos para consumo ou de preparo extremamente simplificado, frequentemente caracterizados por elevados teores de açúcar, sódio e gordura, além de baixos níveis de fibras, proteínas, vitaminas e minerais. Esses alimentos são industrializados e, geralmente, exibem longas listas de ingredientes na parte de trás das embalagens, frequentemente contendo termos e siglas complexas e pouco compreensíveis para o público em geral, como carboximetilcelulose, açúcar invertido, maltodextrina, frutose, xarope de milho, aromatizantes, emulsificantes, espessantes, adoçantes, entre outros, como explicado por uma endocrinologista.

Adultos com diabetes que consomem esses alimentos apresentam um risco 2,5 vezes maior de morte por doenças cardíacas durante o acompanhamento, em comparação com aqueles que aderem à dieta mediterrânea, que enfatiza alimentos saudáveis.

Alimentação ideal para prevenção e controle da doença
A médica destaca que as orientações dietéticas para a prevenção e controle do diabetes tipo 2 enfocam principalmente o consumo de alimentos que são equilibrados em termos nutricionais, ricos em fibras, proteínas magras e gorduras saudáveis, além de serem pobres em açúcares adicionados. Padrões alimentares como a dieta mediterrânea e a dieta DASH, que priorizam grupos de alimentos, como grãos integrais, legumes, nozes, frutas e vegetais, independentemente do processamento dos alimentos, são altamente recomendados.

A médica argumenta que, além de adotar uma dieta baseada em princípios nutricionais bem estabelecidos, as diretrizes dietéticas também deveriam encorajar a redução ao máximo possível do consumo de alimentos ultraprocessados.

A importância de rótulos nutricionais completos
Ela enfatiza a importância de rótulos nutricionais frontais que informem sobre o grau de processamento dos alimentos, pois o alto consumo de alimentos ultraprocessados pode agravar os riscos à saúde em pessoas com diabetes tipo 2, que já estão em maior risco de mortalidade prematura, especialmente devido a complicações relacionadas à doença.

Resultado da pesquisa
O estudo examinou dados relativos a fatores ambientais e genéticos associados à doença, com uma população de 24.325 indivíduos com 35 anos ou mais que residiam em Molise, no centro-sul da Itália, entre 2005 e 2010. Os alimentos ultraprocessados mais consumidos incluíam carne processada (22,4%), pão e torradas (16,6%), pizza não caseira (11,2%) e bolos, tortas, pastéis e pudins (8,8%). Durante um acompanhamento médio de quase 12 anos, 308 participantes faleceram por diversas causas, incluindo 129 que perderam a vida devido a doenças cardiovasculares.

Um dado relevante é que o aumento do consumo de sucos de frutas, bebidas carbonatadas e biscoitos salgados foi associado a taxas de mortalidade mais elevadas por todas as causas e por doenças cardiovasculares, e o consumo de cubos de caldo e margarina também se correlacionou com uma maior mortalidade por doenças cardíacas.

Fonte: Terra

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