Lula transparente de “olhos assustadores” é flagrada no Alasca
Uma lula de aparência alienígena, transparente e com olhos vermelhos, foi recentemente capturada em vídeo enquanto nadava nas águas profundas ao largo da costa do Alasca. Pesquisadores da Equipe de Exploração Oceânica da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos Estados Unidos avistaram essa criatura, conhecida como lula-de-vidro (Taonius borealis), em 15 de julho.
Os cientistas estavam operando um veículo remotamente controlado (ROV) a uma profundidade de 700 metros no Oceano Pacífico quando avistaram essa notável criatura por meio das câmeras. O avistamento ocorreu próximo das Ilhas Aleutas, no estado do Alasca. Essa imersão marcou a primeira expedição do Seascape Alaska 3, cujo objetivo é mapear áreas não exploradas no fundo do mar.
O vídeo do encontro entre os pesquisadores norte-americanos e a lula-de-vidro foi publicado no canal Ocean Explorer, administrado pela NOAA, no YouTube. As imagens mostram a lula de ponta-cabeça descendo lentamente pela água com seu manto, que é a parte principal do corpo desses animais e que abriga seus órgãos vitais.
Ainda que o tamanho exato da criatura no vídeo não tenha sido confirmado, a lula-de-vidro pode alcançar até 66 centímetros medindo somente o manto, de acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Representantes da NOAA destacaram na internet: “Esta é uma espécie de lula bastante comum nessas águas, mas as imagens em close capturadas aqui são tudo menos comuns”. Um dos aspectos mais surpreendentes do novo vídeo é a visibilidade completa dos órgãos internos da lula. O maior órgão vermelho observado nas imagens é a glândula digestiva, cercada por dois sacos brancos que são as guelras.
A vida das lulas-de-vidro
Em certo momento do vídeo, é possível perceber rapidamente um dos olhos da lula se retrair dentro dos discos roxos ao redor de sua face, um comportamento equivalente a piscar dos olhos em humanos e outros animais na natureza, conforme indicaram os representantes da NOAA. A lula encontrada no Alasca também possui estruturas brancas em forma de meia-lua sob cada um de seus olhos. Essas estruturas são conhecidas como fotóforos, órgãos que produzem luz usados para atrair presas. A dieta dessas criaturas inclui camarões, pequenos peixes e até outras lulas.
Até onde a ciência sabe, existem mais de 60 espécies de lulas-de-vidro na família Cranchiidae. Cada uma dessas espécies possui uma pele pelo menos parcialmente translúcida, uma característica claramente evidente no espécime capturado nos EUA. A maior lula-de-vidro já registrada no mundo é a lula-colossal (Mesonychoteuthis hamiltoni), que pode medir até 10 metros de comprimento e é considerada a lula mais pesada do planeta. Em última análise, as impressionantes imagens obtidas no Alasca representam uma fascinante revelação de uma parte da vida exótica que permanece oculta aos olhos humanos nas profundezas do oceano.
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