Em último dia de cúpula, Lula celebra ampliação do Brics
Na quinta-feira (24), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que, para o grupo Brics, o resultado das eleições presidenciais argentinas em outubro é irrelevante. Ele sublinhou que, independentemente do vencedor, o Brasil irá negociar com o Estado argentino, enfatizando o caráter soberano desse direito. Lula também mencionou que, nas eleições primárias da Argentina, o candidato populista de extrema-direita, Javier Milei, obteve a maior votação e se opõe à entrada do país no Brics.
Lula deu uma coletiva em Joanesburgo, na África do Sul, após a 15ª Cúpula de chefes de Estado do Brics, que encerrou no mesmo dia. Durante o evento, o grupo aprovou a inclusão de seis novos países – Argentina, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã – a partir de janeiro de 2024. O presidente enfatizou a importância geopolítica na seleção desses membros, ressaltando o papel relevante da Argentina nas relações com o Brasil.
Lula explicou que a escolha dos novos membros do bloco se baseou não apenas em relevância geopolítica e econômica, mas também no tempo que estavam na fila de adesão. Ele defendeu uma maior cooperação entre nações em desenvolvimento, bem como a implementação de novos modelos de financiamento, comércio e desenvolvimento.
Destacando as mudanças na nomenclatura ao longo dos anos, de “terceiro mundo” para “países em via de desenvolvimento” e agora “Sul Global”, Lula enfatizou a evolução das dinâmicas econômicas e geopolíticas mundiais. Ele ressaltou a importância da organização frente a essas mudanças, afirmando que o Brics não considera apenas aspectos econômicos, mas também políticos. Lula acredita que o Brics se consolidou como uma referência, tornando-se essencial em discussões sobre geopolítica econômica, científica, tecnológica e outras, ao lado dos Estados Unidos e do G7.
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