Palmas 2024: Pré-candidatos movimentam cenário eleitoral
As movimentações políticas dos pré-candidatos à prefeitura de Palmas, no Tocantins, visando as eleições de 2024, têm sido intensas nos primeiros meses do ano. Embora muitos tenham o sonho de concorrer ou voltar ao comando político da capital tocantinense, as pesquisas internas dos partidos indicam que os palmenses ainda não estão convencidos com as opções apresentadas até agora.
Esse cenário também foi alertado na última eleição, quando a atual prefeita, Cinthia Ribeiro, ganhou a disputa com apenas 36,24% dos votos. Cerca de 2/3 dos eleitores escolheram outros candidatos, em sua maioria já conhecidos da população e, portanto, igualmente rejeitados para ocupar o posto de gestor da cidade.
Atualmente, entre os nomes com intenção de participar do pleito, apenas uma das pré-candidatas é novata na disputa majoritária da capital. A deputada estadual Janad Valcari (PL) já foi vereadora, presidente da Câmara Municipal de Palmas e deputada mais votada na capital no ano passado. Tem posições fortes, conservadoras e se colocou como adversária intransigente da atual prefeita, o que acaba por garantir muitos apoios espontâneos nesse momento.
Entre os já testados, inclusive como gestores, estão: Carlos Amastha (PSB), Júnior Geo (Podemos), Eduardo Siqueira Campos (União Brasil) e Wanda Monteiro (União Brasil). O ex-prefeito, Amastha, tem boa avaliação da gestão e problemas graves para resolver no tocante ao seu comportamento político. O ex-prefeito abandonou a prefeitura para concorrer ao cargo de governador e depois ao senado, colecionando derrotas e inimigos políticos. O discurso de outsider (novidade sem vícios políticos) não tem mais efeito e, ao que tudo indica, terá dificuldade de angariar votos.
O deputado estadual Júnior Geo é um nome sem resistência, mas ainda não conseguiu furar a bolha de um eleitorado mais humilde. Seu discurso é elitizado e os votos estão predominantemente concentrados na região central do plano diretor. Além disso, tem dificuldades financeiras para uma campanha de grande porte e pouca força no diretório nacional, de onde vem os recursos partidários. A última movimentação de Geo foi uma aproximação da atual gestora, de onde ele pode ganhar alguns votos, mas não resolverá seu problema principal de estrutura financeira e herdará também a rejeição já conhecida. Uma fonte consultada pelo Jornal Ponto Mais disse que Cinthia Ribeirto “não faz campanha nem para ela, quem dirá para outros”.
Integrando a lista dos ex-prefeitos está Eduardo Siqueira Campos. O herdeiro da família mais tradicional da política tocantinense parecia ter deixado a política de lado depois de não disputar a sua reeleição para deputado estadual. Ainda não dá para fazer uma aposta no seu potencial eleitoral em Palmas, mas uma coisa é certa: ele tem o que mostrar. Para quem não sabe, muitas das obras de grande porte da cidade foram feitas na época em que ele foi prefeito. O peso do nome também chega em uma hora que o sentimento de agradecimento ao pai – tido como grande criador do Tocantins e que está no final da sua vida – pode ser o despertar da sua candidatura. É uma incógnita, uma vez que mais da metade do eleitorado de Palmas já não lembra de Eduardo como gestor.
A deputada estadual Wanda Monteiro foi experimentada na última campanha municipal e não decolou. A campanha gastou uma considerável verba e o partido era o mais forte na época, mas nada disso adiantou. A campanha não foi boa, deixando a desejar na área da comunicação e também nas articulações políticas, o que rendeu um pouco mais de 8% para a candidata. Atualmente, a aposta é que Wanda seja lançada para a pré-campanha com a intenção de uma composição entre o Republicanos do governador Wanderlei e o União Brasil da senadora Dorinha. Nesse caso, Wanda seria vice de alguém.
Por falar em apoios de peso, até agora o governador e a senadora não deram pistas para onde devem caminhar, mas devem caminhar unidos e repetir a coligação vitoriosa de 2022. Se vencerem a eleição de Palmas, abrem um grande caminho para uma parceria longa e de sucesso, pois deixariam os outros grupos em dificuldade. Uma coisa é fato, ainda é cedo e todos podem melhorar em um cenário aberto. O momento de Palmas é outro, as forças políticas também.
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