Bolsonaro diz não ver nome na política para assumir sua sucessão
Na segunda-feira, 3, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou que não vê no atual cenário político brasileiro alguém capaz de assumir a sucessão de seu projeto político na direita. Durante uma entrevista à rádio Jovem Pan, ele afirmou: “Não há ainda um nome com conhecimento em todo o Brasil para fazer o que eu fiz ao longo desses 4 anos”.
Bolsonaro foi questionado sobre quem ele apoiaria nas próximas eleições presidenciais, mencionando-se as possíveis candidaturas de Michelle Bolsonaro, sua esposa, e Tarcísio de Freitas, atual governador de São Paulo. De forma irônica, ele respondeu: “Eu ainda estou na UTI, não morri ainda. Não é justo querer dividir meu legado”. Durante a entrevista, Bolsonaro não confirmou seus próximos passos políticos. Na sexta-feira passada (30 de junho), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu, por 5 votos a 2, torná-lo inelegível por 8 anos devido a abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.
Desde então, aliados de Bolsonaro, como Valdemar Costa Neto, presidente do PL (Partido Liberal), têm defendido o ex-presidente. Além disso, um projeto de lei, de autoria do deputado federal Ubiratan Sanderson (PL-RS), foi protocolado em 1º de julho com o objetivo de anistiar Bolsonaro de sua condenação. O texto propõe a anulação da inelegibilidade para condenados por “ilícitos cíveis eleitorais ou declarados inelegíveis” a partir de 2 de outubro de 2016. Até o último domingo, 2, o projeto contava com 65 assinaturas.
No entanto, apesar de sua impossibilidade de concorrer em eleições, Bolsonaro não confirmou quando anunciará oficialmente sua saída da cena política para apoiar outro candidato. Ele afirmou: “Não vou dar conselhos a ninguém. Aprendi desde cedo que, mais importante do que ter uma informação, é saber como usá-la”.
Em relação às eleições municipais, Bolsonaro indicou que tende a apoiar a reeleição de Ricardo Nunes (MDB), atual prefeito da cidade de São Paulo. Ele disse ter conversado com membros do PL para apoiar um candidato de seu próprio partido, embora reconheça que até o momento não há alguém com chances reais de vencer. No entanto, ele enfatizou que a decisão final cabe ao presidente do partido, Valdemar Costa Neto.
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