Austrália é o primeiro país a permitir o uso terapêutico de alucinógenos
No último final de semana, a Austrália deu um passo inovador no campo da saúde mental ao permitir que psiquiatras prescrevam ecstasy e psilocibina, substância encontrada em cogumelos alucinógenos, para o tratamento de transtornos de estresse pós-traumático e depressão. Com essa decisão, o país se torna o primeiro a adotar uma postura favorável ao uso terapêutico de psicodélicos em todo o seu território.
No entanto, é importante ressaltar que a Austrália não está abrindo as portas indiscriminadamente para o uso recreativo dessas substâncias. A prescrição será feita exclusivamente por psiquiatras e o uso será restrito a ambientes médicos controlados, excluindo o uso em festas e baladas.
A decisão da agência de saúde do país foi baseada na constatação de que, apesar dos riscos envolvidos, há uma carência de opções efetivas de tratamento para pacientes com transtornos mentais específicos. Acredita-se que o uso supervisionado de ecstasy e psilocibina possa proporcionar benefícios significativos no tratamento dessas condições.
A Austrália não está sozinha nesse movimento. Nos Estados Unidos, o estado do Oregon se tornou o primeiro a permitir o uso de cogumelos sob supervisão médica. Além disso, legisladores na Califórnia, Nova York e Washington estão empenhados em garantir o direito ao uso terapêutico dessas substâncias.
O governo canadense também já liberou o uso de ecstasy e psilocibina em casos terapêuticos, incluindo uma situação mais incomum: como último desejo de pessoas com câncer terminal. Essas medidas representam uma mudança significativa no campo da medicina, reconhecendo o potencial terapêutico dessas substâncias em contextos específicos.
Apesar dos avanços, é importante ressaltar que o tratamento com cogumelos terapêuticos não será acessível a todos. Estima-se que um curso de sessões de terapia especializada com o uso de cogumelos na Austrália custe entre US$ 10.000 e US$ 17.000. Portanto, o alto custo pode limitar o acesso a essa forma de tratamento a uma parcela mais privilegiada da população.
O uso terapêutico de ecstasy e psilocibina tem despertado interesse crescente em todo o mundo, mas ainda há muito debate em torno da segurança e eficácia dessas substâncias. Embora essas mudanças representem avanços promissores no campo da saúde mental, é fundamental que a pesquisa continue a explorar e avaliar cuidadosamente os benefícios e riscos envolvidos no uso dessas substâncias.
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