Na noite de ontem, a Câmara dos Deputados aprovou a reestruturação dos ministérios proposta pelo presidente Lula, encerrando um dia de intensas negociações e articulações governamentais. A medida foi aprovada aos 45 minutos do segundo tempo, após uma série de discussões e incertezas.

No início do ano, o presidente Lula havia assinado uma Medida Provisória que modificou a estrutura dos ministérios, permitindo o aumento no número de pastas. Entretanto, essa decisão tinha um prazo de validade que se encerrava no dia anterior. Caso a medida não fosse aprovada, o governo teria que reduzir o número de ministérios de 37 para 23, o mesmo número durante o governo Bolsonaro.

A não aprovação da medida teria acarretado em um desgaste político considerável para o governo, pois implicaria na insatisfação de ministros e seus respectivos partidos. Diante dessa possibilidade, o governo liberou R$ 1,7 bilhão em emendas parlamentares na terça-feira, numa tentativa de obter apoio.

Embora o placar da votação tenha sido favorável à reestruturação (337 votos a favor e 125 contrários), os bastidores revelaram uma complexa teia de negociações e demonstraram o incômodo de alguns deputados em relação ao governo. A votação no limite do prazo evidenciou essa insatisfação.

Durante todo o dia, o presidente Lula participou ativamente das articulações, realizando uma reunião de emergência com ministros e até mesmo entrando em contato direto com Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados.

O próximo passo para a aprovação da medida é a votação no Senado, que ocorrerá ainda hoje. Caso seja aprovada, representará uma vitória significativa e, embora difícil, do governo no Congresso, após uma série de derrotas recentes.