Desde terça-feira (2) a cidade de Cabeceiras (GO), que fica a 300 km de Goiânia, está em constante investigação. Um esquema de fraudes em cartões de vacinação que envolveria o tenente-coronel Mauro Cid e chegaria ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Edynez Farias Costa, uma vacinadora de Cabeceiras, tornou-se uma figura respeitada na luta contra a covid. Os moradores da cidade se assustaram ao descobrir o nome da renomada vacinadora num inquérito da Polícia Federal sobre o esquema de fraude de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro. Porém, Edynez não foi a única enfermeira usada no suposto esquema, Dzirrê de Almeida Gonçalves também teve seu nome anotado em um cartão de vacinação. 

Além das duas vacinadoras, o médico Farley Alcântara também está envolvido, ele é suspeito de ter usado dados de vacinação de uma enfermeira para fraudar cartão de vacina de Gabriela Santiago Ribeiro Cid, esposa de Mauro Cid. Os cidadãos de Cabeceiras ficaram decepcionados com o nome das profissionais da saúde atrelados a um crime como esse, principalmente aqueles que conheciam o médico, “Eu não acreditei, porque a conduta dele aqui sempre foi correta. Nunca teve reclamação”, relatou Jakelaine Vieira, funcionária do hospital municipal. 

Segundo a investigação da PF, o tenente-coronel Mauro Cid, que foi ajudante de ordens de Bolsonaro, montou um esquema para fraudar cartões de vacinação, apontando imunização contra a covid para pessoas que não haviam se vacinado. A Prefeitura de Cabeceiras abriu uma comissão para apurar o caso. Presidente do grupo de trabalho, o secretário de Administração, Enival Ferreira, declarou que os depoimentos começam na segunda-feira (8).