A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, em uma operação que investiga a inclusão de dados falsos sobre vacinação contra a covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde. A corporação também cumpriu mandados de busca e apreensão na casa de Bolsonaro, em Brasília.

Segundo a PF, os dados dos certificados de vacinação foram adulterados para que eles pudessem entrar nos Estados Unidos em dezembro do ano passado, quando Bolsonaro viajou ao país um dia antes da posse de Lula. As inserções de dados falsos sobre as vacinas ocorreram entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, durante a gestão de Marcelo Queiroga à frente do Ministério da Saúde.

A PF aponta que a falsificação dos dados tinha como objetivo “manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas” e “sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a covid-19”. A corporação ressalta que os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores.

Com a operação, a PF cumpriu 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva. A prisão do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, foi um dos destaques da ação. O ex-presidente deve prestar depoimento à PF.