Autoridades pedem investigação no suposto caso de racismo em vôo da GOL
Os ministérios da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos e da Cidadania enviaram solicitações ao Ministério Público Federal e à Polícia Federal para apurar possíveis crimes cometidos durante a retirada de uma passageira de um voo da Gol na madrugada de sábado (29), no Aeroporto Internacional de Salvador (BA).
A passageira em questão é Samantha Vitena, uma pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e mulher negra, que foi retirada do avião por policiais federais durante uma discussão sobre o despacho de sua mala. Vídeos do incidente foram divulgados nas redes sociais e geraram grande comoção.
A ação dos policiais federais foi questionada por outros passageiros que estavam no voo, que apoiaram Samantha. A jornalista Elaine Hazin, que estava no mesmo avião que a pesquisadora, classificou o episódio como “um caso extremamente violento de racismo” em sua página no Instagram.
Em resposta, os ministérios da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos e da Cidadania publicaram uma nota nas redes sociais em que afirmam ter recebido as notícias do incidente com “indignação”. Eles também notificaram a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para que adote medidas para prevenir e coibir casos de racismo praticados por agentes de empresas aéreas.
A Gol Linhas Aéreas, por sua vez, emitiu uma nota em que argumenta que a passageira não aceitou a colocação de sua bagagem nos locais corretos e seguros destinados às malas e, por medida de segurança operacional, não pôde seguir no voo. A empresa lamentou os transtornos causados aos clientes, mas ressaltou que as acomodações das bagagens devem seguir as regras e procedimentos estabelecidos, sem exceções.
A Polícia Federal, por sua vez, informou que instaurou um inquérito policial para apurar possíveis crimes de preconceito racial na retirada compulsória da passageira do voo. A investigação permanece em sigilo até a conclusão.
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