O serviço notarial no Brasil atingiu números recordes de receita em 2022, arrecadando R$ 25,9 bilhões, um valor maior do que o dinheiro disponível para diversos ministérios do país, como o Ministério da Fazenda, dos Transportes e das Cidades. De acordo com informações divulgadas, a rentabilidade dos cartórios supera a receita de quase todas as cidades do país, com exceção de São Paulo e Rio de Janeiro.

No entanto, a rentabilidade dos cartórios é vista como um problema por muitos brasileiros, que já sentiram a dor de ter que pagar valores altos para trocar a titularidade de um imóvel, por exemplo. Ainda segundo os dados, Alagoas foi o estado com a pior margem de receita, enquanto as unidades do Distrito Federal bateram recorde de arrecadação. O cartório que mais arrecadou, no entanto, foi o 9º Ofício de registro de Imóveis do RJ.

Vale destacar que, desde 2020, foi determinado que os cartórios deveriam obedecer a Lei de Acesso à Informação, divulgando ativamente seu faturamento. No entanto, nem todos os cartórios cumprem essa regra, o que levanta questionamentos sobre a transparência do setor. Para muitos críticos, os altos valores cobrados pelos cartórios prejudicam a população e limitam o acesso aos serviços essenciais, como a regularização de imóveis.