Ator Milton Gonçalves morre aos 88 anos, no Rio de Janeiro
Família disse à imprensa que ele morreu em casa por volta de 12h30, por consequências de um acidente vascular cerebral (AVC)
Morreu, nesta segunda-feira, 30, o ator Milton Gonçalves aos 88 anos, no Rio de Janeiro. O ator faleceu, segundo informações dos familiares, às 12h30, em casa, por consequências de um acidente vascular cerebral (AVC) sofrido há dois anos.
O velório acontecerá a partir das 9h30 desta terça-feira, 31, no Theatro Municipal, no Centro do Rio. A cerimônia será aberta ao público. Às 13h, o corpo do ator segue para o Cemitério do Caju, onde será cremado.
Milton Gonçalves teve o AVC em fevereiro de 2020, quando participava de uma feijoada na quadra da escola de samba Salgueiro, na Tijuca (RJ). O ator passou três meses no hospital. Em janeiro deste ano, Catarina Gonçalves, filha do ator, contou ao jornal O Globo que ele fazia sessões diárias de fisioterapia e fonoaudiologia.
“Meu pai passou três meses no hospital, traqueostomizado o tempo todo. Isso afetou bastante a voz, que está bem baixinha. Agora ele está bem, em casa, tranquilo. É uma recuperação chatinha por causa da idade. Ele não tem andado, só na cadeira de rodas, porque também ficou com sequela na perna esquerda. Mas a gente passeia bastante com ele de carro, leva para ver a praia. Ele sempre pede para tomar uma cervejinha. Também adora café e doce. Essas besteirinhas que não pode comer. Mas é um danadinho”, disse ela à época.
Trajetória
Milton Gonçalves nasceu em 9 de dezembro de 1933, em Monte Santos, Minas Gerais. Em mais de seis décadas de carreira, ele também venceu preconceitos e lutou pelo reconhecimento do trabalho dos negros.
Milton integrou, junto com Célia Biar e Milton Carneiro, o primeiro elenco de atores da TV Globo, onde fez mais de 40 novelas, além de atuar em programas humorísticos e minisséries de sucesso.
Se destacam trabalhos como Irmãos Coragem, A Grande Família, Escrava Isaura, Carga Pesada, Caso Verdade e mais.
“Tenho esperança e fé de que vou poder contribuir ética e culturalmente; tenho certeza de que vou”, disse Milton Gonçalves ao projeto Memória Globo.
Trabalho derradeiro
O último trabalho de Gonçalves na Rede Globo foi O Tempo Não Para, em 2018, quando ele interpretou o catador de material reciclável Eliseu. Depois, esteve na minissérie Se eu fechar os olhos agora, em 2019, inspirada na obra homônima de Edney Silvestre, e interpretou o aposentado Orlando, que com a ajuda da neta se tornava Papai Noel no especial de Natal Juntos a magia acontece, também em 2019.
No cinema, estrelou mais de 50 filmes, como “Cinco vezes favela” (1962), “Gimba, presidente dos Valentes” (1963), “A rainha Diaba” (1974), “O beijo da mulher aranha” (1985), “O Que é isso, companheiro?” (1997) e “Carandiru” (2003).
Em nota na qual classificou o ator como “ícone da dramaturgia brasileira”, a TV Globo lembrou: “‘Quem tem fé, voa’, dizia Zelão das Asas, personagem eternizado por Milton em ‘O bem-amado’, de 1973. Em plena ditadura, o talento inconfundível de Milton encarnou a metáfora criada por Dias Gomes em um país que clamava por liberdade”.
Viúvo, o ator deixa três filhos e dois netos.
Com informações do portal Metrópoles e do G1
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